domingo, 18 de dezembro de 2022

NOVEMBRO NEGRO, PRESENTE!

 "TRAVESSIAS DE AMANAÃ" (Libretos, 2021) É FINALISTA DE MELHOR COLETÂNEA DO PRÊMIO MILTON JOSÉ PANTALEÃO DE LITERATURA INDEPENDENTE da Academia de Letras do Brasil seccional RioGrandedoSul. Obrigada aos nossos editores Clô Barcelos e Rafael Guimaraens e aos acadêmicos da ABL

@libretoseditora @abletras_oficial



CLUBE DE LEITURAS FEMINISTAS DO COLETIVO bell hooks PSICOLOGIA E POLÍTICAS DO CUIDADO
O coletivo bell hooks: psicologia e políticas do cuidado convida para a experiência de ler coletivamente obras de autoras negras gaúchas. Serão encontros quinzenais, que ocorrerão aos sábados, das 10h às 11h30, de forma virtual. A curadoria das obras e autoras pelas quais iremos mergulhar foi realizada por Nathallia Protazio, integrante do coletivo, escritora e mestranda do PPG de Psicologia Social e Institucional. Nosso objetivo é fomentar a leitura-encontro com autoras contemporâneas que estão produzindo suas escritas em nosso tempo. Essas foram as leituras e autoras selecionas para pensarmos juntes. Serão seis encontros, seis livros, nas datas : 10/09; 24/09; 08/10; 22/10; 12/11; 26/11. Inscrições até a sexta-feira, dia 12 de agosto.
IMPORTANTE: os livros das autoras brasileiras não serão disponibilizados pdfs, pois tratam-se de escritoras atuais, que publicam suas obras de forma independentes. Forneceremos as informações sobre a compra por email após a confirmação das inscrições.






"PRETA POESIA FEMININA" NA FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE
No Teatro Carlos Urbim!  Minha poesia no corpo e na voz de Silvia Duarte 


MEUS POEMAS NO TEATRO DE "CAROLINA DE OUTRAS VOZES"
Outro espetáculo teatral com minha Poesia!
Curta temporada!
Carolina de Jesus foi uma potente voz negra que nos deixou um legado de esperança, de luta e criatividade. Quais são as vozes pretas atuais que dialogam com Carolina?
O Sarau/espetáculo "Carolina e outras vozes" homenageia a mulher que ainda hoje é referência no mundo literário internacional e traz ao palco figuras da cena preta portoalegrense: música, poesia e humor (sim, humor). Ficou curiose? Em breve divulgaremos quem são essas outras vozes e como adquirir seu ingresso!
#paratodosverem
Informações em texto:
Trupi Di Trapu – Teatro de Bonecos, Porto Alegre, Brasil - apresenta
Sarau/espetáculo “Carolina e outras vozes”
25, 26 e 27 de novembro
Local: Cerco Cultural
Descrição da imagem:
Card com fundo amarelo, texturizado com leves rabiscos. À esquerda, um desenho apenas delineado em preto de uma mulher negra representando Carolina de Jesus, de lenço na cabeça. Segura um livro aberto. Seu olhar desvia-se do livro em nossa direção. Tem nos lábios um discreto sorriso.
No topo, centralizado, o logo da Trupi Di Trapu. No canto inferior direito, os símbolos de Libras e Audiodescrição.


BOLETIM "POESIA É DA HORA" NO PROGRAMA "MEU CARO AMIGO" DA RÁDIO CANTAREIRA



FLIPELÔ - FEIRA LITERÁRIA DO PELOURINHO
COLETÂNEA POÉTICA ÁFRICA & BRASIL-KUTANGA (editora Òmnira).
À venda na livraria LDM, na FLIPELô. Mais informações sobre a obra no blog!


"TRAVESSIAS DE AMANAÃ" NA BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL
20 DE NOVEMBRO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA NA BPE
No dia 17 de novembro (quinta), a BPE vai realizar o encontro “Autoras negras; leia, ouça e compartilhe”.
Trata-se do relato do processo de criação das escritoras (duas são letristas de música).
Vai ser às 18h, no Salão Mourisco, com entrada gratuita.
O evento vai promover o debate sobre a leitura e a escrita de autoria feminina negra, com leitura de textos e de poesias das autoras.
As obras publicadas por elas serão vendidas e autografadas no local.
A Biblioteca Pública do Estado é uma das instituições da Secretaria de Estado da Cultura.
#cultura #maiscultura #BPE #novasfaçanhasnacultura #diadaconsciencianegra




RODA DE CONVERSA "MULHERES NEGRAS, SAÚDE MENTAL E RACISMO"
👩🏽‍💻👩🏾‍💼👩🏽‍🏫👩🏿‍🔬 Novembro Antirracista Unificado: Sintergs promove roda de conversa com o tema Mulheres negras, racismo e saúde mental
📍 Evento ocorrerá no dia 22/11 (terça-feira), às 18h30, na sede do sindicato
✅ Participam painelistas das áreas de educação, cultura e saúde ligadas ao funcionalismo e a movimentos sociais

O Sintergs promoverá uma roda de conversa com o tema Mulheres negras, racismo e saúde mental, que integra a programação do Novembro Antirracista Unificado. O encontro será no dia 22/11 (terça-feira), às 18h30, na sede do sindicato, e contará com painelistas das áreas de educação, cultura e saúde ligadas ao funcionalismo e a movimentos sociais.

Participam do evento: a mestra e doutora em História Lúcia Regina Brito Pereira; a assistente social e presidenta da União de Vilas da Grande Cruzeiro, Malvina Beatris Souza; a mestra em Psicologia Social e Institucional Tatiane Oliveira, que atua no Programa de Saúde do Servidor (PROSER); e a professora, poetisa e escritora Ana dos Santos, mestra em Estudos Literários Aplicados – Letras.

Segundo Angela Antunes de Souza, diretora do Sintergs, o racismo tem um impacto na saúde mental da população negra, principalmente nas mulheres, que passam boa parte da vida ouvindo que devem ser fortes, o que gera angústia e sofrimento. “O objetivo desta roda de conversa é discutir este assunto, sem tabus, e falar da importância das políticas públicas, da educação e dos coletivos das mulheres tanto no acolhimento quanto no combate ao racismo”, explica a dirigente.

Cerca de 40 entidades, incluindo o Sintergs, estão organizando mais de 45 atividades durante o mês em Porto Alegre, Região Metropolitana e Interior do Estado. As ações integram o calendário do Novembro Antirracista Unificado, construído por movimentos negros, sociais, coletivos e sindicatos.

Em 20 de novembro (domingo), Dia da Consciência Negra, haverá a tradicional Marcha Independente Zumbi Dandara, em Porto Alegre. A concentração será às 16h, no Largo Zumbi dos Palmares, e a caminhada vai até a Praça do Tambor.

Confira mais informações sobre as painelistas:

Lúcia Regina Brito Pereira
Mestra e doutora em História, professora aposentada da rede estadual e municipal de Porto Alegre. Foi presidenta interina do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do RS (Codene)

Malvina Beatris Souza
Assistente social, militante de políticas públicas no território da Grande Cruzeiro, sócia fundadora da Associação de Mulheres Solidárias da Grande Cruzeiro, presidenta da União de Vilas da Grande Cruzeiro

Tatiane Oliveira
Psicóloga na Secretaria Estadual da Saúde, atua no Programa de Saúde do Servidor (PROSER). é especialista em Saúde do Trabalhador e mestra em Psicologia Social e Institucional

Ana dos Santos
Professora de Literatura Brasileira, mestra em Estudos Literários Aplicados − Letras, escritora e poetisa. Faz parte do catálogo Intelectuais Negras Visíveis, da UFRJ, é acadêmica da Academia de Letras do Brasil/RS na cadeira 100


SALVE 20 DE NOVEMBRO!

No dia da Consciência Negra vamos contar com a participação de Ana dos Santos para uma conversa sobre as potências das narrativas negras, indígenas, periféricas, entre outras, no campo da literatura.
Ana Dos Santos é professora de Literatura Brasileira e escritora. Mestra em Estudos Literários Aplicados - Letras/UFRGS, ministra a oficina de escrita criativa “Mulher Negra, Meu Corpo, Minha Voz,”. Tem três livros publicados: “Flor” (Corpos Editora, 2009), “Poerotisa” (Editora Figura de Linguagem, 2019), finalista dos prêmios Livro do Ano de Poesia da Associação Gaúcha de Escritores do Rio Grande do Sul e Milton Pantaleão de Literatura Independente e “Pequenos grandes lábios negros” (Venas Abiertas, 2020) vencedor do Prêmio Milton Pantaleão de Literatura Independente – Categoria Poesia - 2021. Faz parte do catálogo “Intelectuais Negras Visíveis” (UFRJ) e é Acadêmica da Academia de Letras do Brasil/Rio Grande do Sul na cadeira 100 com a Patrona Lélia Gonzales.

LITERATURA AFRO-BRASILEIRA NO PORTO ALEGRE EM DEBATE - TEVÊ CÂMARA
Hoje, a partir das 20h na Tevê Câmara, canal 16 da Net e 11.3 da teve aberta! Prestigie!

GRIÔ - AS SEMENTES QUE VIERAM DA ÁFRICA
OFICINA INTRODUTÓRIA À CULTURA BRASILEIRA
NAS CIDADES MONTENEGRO E VIAMÃO


ANA DOS SANTOS NO PROGRAMA "TEMPERO DA PRETA" DA RÁDIO NEGRITUDE

ENCERRANDO AS ATIVIDADES EM ALEGRETE, TERRA DOS MEUS PAIS!
LEIA MULHERES ALEGRETE PROMOVE A EXPOSIÇÃO "LEIA ESCRITORAS NEGRAS"
Alô, Alegrete! Estou na exposição Leia Mulheres - Escritoras Negras Brasileiras
@leiamulheresalegrete



sábado, 17 de dezembro de 2022

Lei do Ventre Livre não foi motivada por direitos humanos (entrevista que concedi ao portal Terra)

 

Lei do Ventre Livre não foi motivada por direitos humanos

Lei que previa a liberdade de bebês nascidos de mulheres escravizadas foi pensada por escravocatas a partir de aspectos econômicos

Jamile Santana - 28 de setembro de 2022 (portal Terra)
Texto completa 151 anos com impactos profundos na população negra

“Mulheres abortavam seus fetos, minavam seus afetos, para a família não morrer em vida” , o verso do poema “Ventre Livre”, escritora e Mestra em Literatura, especialista em Literatura e Cultura Afro-Brasileira, Ana dos Santos, publicado no livro “Raízes - Brazilian Women Poets in Translation” retrata um pouco do impacto da Lei de Ventre Livre, na vida de mulheres escravizadas. A lei previa que de 28 de setembro de 1871 em diante, as mulheres escravizadas dariam à luz apenas a bebês livres. Hoje, o texto completa 151 anos, com impactos profundos na população negra.
Mulher e criança escravizados

A proposta foi escrita por Visconde de Rio Branco e passou por aprovação do legislativo federal brasileiro, com embates e sob pressão. Segundo o historiador José Murilo de Carvalho, escritor do livro " A construção da ordem: a elite política imperial. Teatro de sombras: a política imperial", a Lei do Ventre Livre, na época recebeu 61 votos a favor e 35 contra. O texto previa que a partir de 28 de setembro de 1871, não nasceria mais bebês escravizados no Brasil, na época um dos países que mais explorava mão de obra negra no mundo. As crianças deveriam permanecer junto de suas mães, nas casas dos escravocratas, até completarem oito anos de idade. Mas o que parecia uma libertação, dava mais tempo para que a mão de obra infantil fosse explorada. 
“É uma lógica muito contraditória. Você tem uma pessoa escravizada e determina que o bebê que nasce desse corpo é livre. Mas a gente sabe que um bebê, uma criança, precisa da mãe para sobreviver, pra se alimentar. Antes da lei, quando uma mulher negra dava a luz, essa criança era retirada dela, enquanto ela tinha que amamentar os filhos das sinhás. Eram chamadas de amas de leite. Então o seu próprio filho ficava sem alimentação. A lei, já nasce dentro desse contexto absurdo”, contextualiza. A Lei do Ventre Livre não teve o resultado prático que seria o mais óbvio: a liberdade dos bebês. Quem nasceu em 1871 só se tornaria efetivamente livre em 1892, aos 21 anos de idade.
Texto da Lei do Ventre Livre, que passou a vigorar em 28 de setembro de 1871

Ainda de acordo com a especialista, os documentos históricos mostram que  a discussão sobre a liberdade das crianças só entrou em pauta por questões econômicas. “Não foi a preocupação com o direito humano, dignidade e assistência que motivou a criação dessa lei. Foi uma questão econômica”. 
De acordo com os papéis históricos do Arquivo do Senado, organizações de fazendeiros, como o Clube da Lavoura, enviaram aos senadores 11 representações contra o projeto da Lei do Ventre Livre. Algumas apontavam o risco de caos social e econômico no Império. As petições somaram 2 mil assinaturas. Para tentar corromper sistema escravagista, muitas mulheres escravizadas praticavam o aborto. “As mulheres escravizadas provocavam aborto porque não queriam ter um filho fruto de uma violência ou não queriam colocar um filho para ser explorado pelo sistema. Era uma forma de resistência à escravidão. No poema eu destaco isso, as crianças cresceram, reproduziram o trabalho escravo vivido pela mãe. Há documentos históricos que mostram que as crianças negras eram um animal de estimação dos filhos da Casa Grande. Não tinham direito a uma vida digna e plena. As leis abolicionistas são uma farsa nesse sentido, porque não tem o povo negro como ponto central”. 

O impacto da lei reverbera até hoje, segundo Iamara Viana, historiadora especialista na História da Escravidão no Brasil. “Do ponto de vista teórico e conceitual, está extinta. foi extinta, com a lei de 13 de maio de 1888, devido a movimentos populares negros, libertos e também de abolicionistas. Mas o que temos hoje são relações trabalhistas que seguem modelos similares de escravização. Hoje temos leis trabalhistas, mas se elas não são cumpridas, temos situações similares à escravidão”.