terça-feira, 28 de outubro de 2014

MARQUÊS DE SADE E O SADISMO
    As comemorações na França do bicentenário da morte do escritor francês Marquês de Sade, neste ano, são marcadas pela reabilitação desse polêmico autor do século 18, que foi censurado no país até 1957 por motivo de "ultraje à moralidade pública e à religião".
  O tema "sado-masoquismo" foi explorado por ele em obras como "Justine".
  Chamado durante muito tempo de "monstro", sua obra era considerada "maldita" e "pornográfica".
  Seus textos foram rejeitados em razão do forte erotismo associado a atos de violência e crueldade, com torturas, estupros, assassinatos e incestos.
  O trabalho do Marquês de Sade foi muito influente no erotismo e os atos sexuais que ele descreve em sua ficção foram posteriormente associados ao seu nome.
  Os Cento e Vinte Dias de Sodoma - ou A escola da libertinagem é a sua obra mais famosa, escrita na prisão da Bastilha em 1785, pouco antes da Revolução Francesa.
   Para impedir que a obra fosse apreendida, Sade recopiou o texto com uma letra minúscula e colou as folhas para formar um fino rolo de papel, que tinha 12 metros de comprimento. O texto só foi encontrada em 1904 e qualificado pelos opositores como "um longo catálogo de perversões". A obra inspirou o filme "Saló ou os 120 dias de Sodoma", do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini.
CLANDESTINIDADE
   No século 19, seus textos circulavam clandestinamente, "por baixo dos casacos", diz o historiador Gonzague Saint Bris, autor da biografia Marquês de Sade – O Anjo das Sombras (em tradução livre), publicada recentemente para celebrar o bicentenário da morte de Sade.
   "Victor Hugo, Gustave Flaubert, Honoré de Balzac, que se inspirou em Sade para escrever A Menina dos Olhos de Ouro, todos liam Sade", afirma Saint Bris. Influenciou de forma decisiva autores como Guillaime Apollinaire, Georges Bataille e André Breton.
    O marquês Donatien Alphonse François de Sade, nascido em 1740, em Paris, foi preso inúmeras vezes acusado de agressões sexuais e imoralidade e faleceu em dezembro de 1814 em um asilo de loucos, onde passou os últimos 13 anos de sua vida.
   O marquês foi preso sob todos os regimes políticos da época em que viveu (monarquia, república, consulado – na época de Napoleão Bonaparte – e império). No total, ele ficou detido 27 de seus 74 anos. Era extremado individualista, ateu convicto
   Também escreveu "A filosofia na Alcova", onde defendeu os ideais republicanos, pois era um humanista e defendia a abolição da pena de morte; "Contos Libertinos" e "Crimes do Amor".
   "Não é pela crueldade que se realiza o erotismo de Sade, é pela literatura." - palavras de Simone de Beauvoir num belo ensaio dedicado ao marquês.

fontes: Wikipedia, Daniela Fernandes, Marília Pacheco Fiorillo e Eliane Robert Moraes
  
   

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